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Importação de veículos chineses aumenta mais de 300% no Brasil em junho e pressiona logística portuária

Importação de veículos chineses aumenta mais de 300% no Brasil em junho e pressiona logística portuária

Movimento objetiva aumentar o estoque brasileiro antes da taxação de elétricos, mas a disponibilidade do transporte marítimo não atende a nova demanda, afirmam economistas da GEP COSTDRIVERS

Os dados de junho de comércio exterior do governo brasileiro mostram um aumento significativo na importação de carros chineses no país, com híbridos e elétricos impulsionando o crescimento dessa taxa e atingindo o recorde de 308%, visando aumentar a disponibilidade de autos no país antes da nova taxação. No entanto, economistas da GEP COSTDRIVERS afirmam que a medida afoga a logística portuária chinesa, cuja oferta de embarcações não é capaz de atender a atual demanda.

Maior importador mundial de veículos chineses elétricos e híbridos e 2º maior considerando também veículos à combustão, o Brasil passou a taxar em 10% a importação de veículos elétricos em janeiro deste ano. Este mês, o governo praticou um novo aumento de 18%, projetando um total de 35% até 2026, a fim de incentivar a produção local. Diante deste cenário, desde março era observado um aumento de exportações de automóveis destinados aos Brasil, em uma estratégia que visava suprir o estoque local antes da nova taxação ser efetivada.

A BYD, uma das principais montadoras de elétricos atualmente, lidera esse movimento. No 1º trimestre do ano, a marca aumentou suas exportações globais em 150%, influenciando diversos países. A empresa chegou ao top 10 brasileiro de maiores marcas em licenciamento nos primeiros seis meses do ano, com um crescimento de 1.812% em relação à 2023. No entanto, esse crescimento é feito, em maioria, por seus envios globais, e não produções locais, pressionando a logística portuária chinesa, que não consegue atender a toda a demanda.

Atualmente, a frota chinesa conta com apenas 33 navios dedicados ao transporte de automóveis, mesmo sendo a maior exportadora mundial – quantidade inferior ao Japão, que assumia essa posição anteriormente e contava com 284 navios. Com isso, embarcações destinadas a outros produtos estão sendo demandadas para suprir esse déficit, o que, em conjunto com os impactos causados pela Crise do Mar Vermelho no Canal de Suez, leva a um aumento de preços de transporte de containers globais, registrando um aumento de 230% no frete Ásia-América do Sul no período de dezembro de 2023 a julho de 2024.

“Apesar de o governo incentivar a produção local, com projetos como o Mover, as iniciativas devem demorar alguns meses, se não anos, para apresentar um impacto significativo”, afirma Rodrigo Scolaro, economista da GEP COSTDRIVERS. “No curto e médio prazo, o mercado brasileiro está sujeito aos possíveis impactos consequentes do aumento nos custos de fretes dos veículos chineses para o país. É esperado que haja um encarecimento além dos impostos, elevando também os valores dos transportes de outros itens, impactados pelo redirecionamento das embarcações para os veículos”, complementa.

Sobre a GEP COSTDRIVERS:

A GEP COSTDRIVERS é uma plataforma de inteligência, análise e projeção de dados líder no país. Com mais de 20 anos de atuação, 400 clientes e 100 mil índices e preços de 60 países, a empresa conta com uma equipe de economistas especializados que fazem a análise e projeção dos dados com um percentual de acerto de 85% em diversos segmentos da economia mundial. A GEP COSTDRIVERS tem como objetivo auxiliar profissionais de procurement na busca por dados e informações de qualidade, fornecendo também relatórios mensais dos principais setores da economia. Dessa forma, possibilita que os times se tornem mais eficientes e estratégicos na tomada de decisões.